quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES: NOVOS ASPECTOS A SER CONSIDERADOS

Um modelo clássico de relacionamento entre empresa-fornecedor baseia-se na análise de preços, prazo de entrega e qualidade do produto, feitas através de inspeções qualitativas e quantitativas.
A necessidade de um processo de desenvolvimento de fornecedor se faz imprescindível visto que se mal elaborado pode causar sérias conseqüências de qualidade no produto final, gerando gastos elevadíssimos, como por exemplo os recall´s feitos pelas montadoras.
Atualmente as empresas buscam desenvolver com seus fornecedores, um relacionamento permanente, desde o desenvolvimento do produto, aquisição, investimento, etc.
A CBI (Confederation Of British Industry) define parceria de suprimentos como “o compromisso entre clientes/fornecedores, independentemente da dimensão, com um relacionamento a longo prazo, baseado em objetivos claros e mutuamente definidos, visando ao esforço em termos de capacidade e competitividade de classe mundial” (BAILY, et al. 2000, p.205)
Ao contrário do modelo clássico, são desenvolvidas estratégias na área de suprimentos através de parcerias de longo prazo, criando um diferencial competitivo, gerando assim ganhos em qualidade, tempo de atendimento do pedido, redução de custo, melhoria de serviço, trazendo bom resultados a todos os envolvidos.
A necessidade de um relacionamento de longo prazo é ponto marcante no desenvolvimento de fornecedores, tendo em vista a busca, por parte dos fabricantes, de maior tranqüilidade na relação cliente / fornecedor. Este relacionamento de longo prazo traz para o fornecedor uma vantagem no planejamento, pois com um contrato longo de fornecimento o fornecedor pode “garantir” suas vendas por um longo período já estabelecido.

Alguns fatores que devem ser observados no desenvolvimento do fornecedor, na formação da parceria:

 Cumprimento do Prazo de entrega

 Qualidade do produto

 Preço competitivo

 Fornecimento de bom serviço

 Suporte técnico

 Flexibilidade

 Trabalho em conjunto

 Pró-atividade

 Objetivos claros e conjuntos

 Franqueza e confiança

 Compromisso

 Capacidade Instalada

 Custos Logísticos

 Saúde Financeira da Empresa

 Capacidade de Negociação

 Parcerias Mundiais

 Tecnologia da Informação

Após o desenvolvimento do fornecedor, e a formação da parceria, é importante avaliar o desempenho desta parceria. Esta avaliação deve ser contínua dentro da área de suprimentos, pois assim será possível detectar algum problema que possa surgir e comprometer a parceria.
Primeiramente é importante determinar qual o desempenho esperado do fornecedor, a empresa deve ter uma comunicação verdadeira a respeito do seu desempenho, deve-se criar critérios objetivos para os quesitos a serem avaliados, pois os resultados devem ser comunicados de modo que haja ações conjuntas de melhoria.
Uma empresa que busca alcançar altos índices de satisfação necessita de fornecedores a sua altura, e estes devem estar alinhados com sua estratégia ou então pode-se ter impactos negativos durante o processo de fornecimento.
Este processo de avaliação de desempenho é criado de acordo com a necessidade de cada empresa. Existem planos, modelos que podem atender as empresas de um modo geral, as normas ISO ou equivalente, constituem uma boa ferramenta para colaborar com a qualificação dos fornecedores, podendo ser já um pré-requisito para se iniciar um processo de desenvolvimento de fornecedores.
Mas também podemos analisar os aspectos tais como: qualidade, lead time, flexibilidade para reagir as alterações de plano, OTD – ( On time delivery ), OTP – ( On time Performance ), suporte tecnológico, etc; dos quais podemos utilizá – los como KPI’s (Key Performence Indicators).
Com um sistema de avaliações bem definido e padronizado, como por exemplo usando critérios de Notas A, B, C, podemos monitorar o desempenho dos fornecedores de maneira que com o passar do tempo ficarmos na grande parte com fornecedores classe “A”.
Através de avaliações constantes, podemos administrar os fornecedores para que o trabalho em parceria possa ser contínuo, podendo assim antecipar e diminuir os riscos.
Uma vez que estabelecido este relacionamento, as empresas também adquirem mais da metade dos problemas de qualidade e lead-time de seus fornecedores. É necessário se ter em mente que os custos de seus fornecedores também serão seus próprios custos.
Desta forma, forçar o fornecedor a dar 30 dias de prazo para entrega quando 45 dias seriam necessários faz com que estes custos, sejam inseridos na cadeia de suprimentos, elevando os custos e fazendo com que a empresa acabe pagando por isso.
Essa nova maneira de se relacionar consiste em acordos para partilhar os ganhos, recompensando cada um que contribui para o aumento da rentabilidade.
Enfim a necessidade da empresa estabelecer programas de desenvolvimento de fornecedores passa a ser um deferencial fundamental na redução de custos e aumento da flexibilidade, alcançando assim a excelência operacional que proporciona mais competitividade e aumento de market share.

Por: Adriano de Oliveira; Ana Paula de Lima; Daniel F. Silva; Elisangela Marana; Juliana Costa; Tatiana Bentivoglio do corpo discente do MBA em Logística Nacional e Internacional do Centro Universitário Fundação Santo André - Matéria Publicada na Revista Mundo da Usinagem - 2009

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